O Built by Brazil - parceria entre a Apex-Brasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos) e a AsBEA (Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura) - realizou dois Workshops para capacitar os escritórios de arquitetura e alertá-los sobre os cuidados e preparos necessários para iniciar o processo de internacionalização de suas empresas.
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O representante do escritório de advocacia Mattos Filho, Veiga Filho, Marrey Jr e Quiroga Advogados, Fabio Ferreira Kujawski e equipe, trataram no Workshop sobre os "Aspectos Legais e Fiscais para Exportação de Serviços", sobre aspectos do direito comercial internacional e fiscal no processo de exportação de serviços da arquitetura.
Entre as questões de destaque, abordaram sobre a importância do detalhamento rigoroso do escopo do projeto como forma de proteger os escritórios de multas, penalidades contratuais, problemas fiscais, questões jurídicas e prejuízos provenientes de flutuações cambiais ou intercorrências externas ao mercado, como crises políticas e de outras naturezas. Kujawski ressaltou que "os contratos são importantes para defender os escritórios de arquitetura em situações em que podem ser prejudicados em ambiente externo".
O advogado levantou importantes questionamentos sobre como o arquiteto pode e precisa resguardar o trabalho, reservando tempo maior na elaboração dos contratos de serviços, principalmente em situações de foros internacionais. Falou sobre Violação, Danos Patrimoniais, Morais, Plágio, Usurpação e Contrafação.
Além disso, tratou do tema Direito Autoral versus o Direito de Propriedade, que merece atenção especial dos arquitetos para a preservação da finalidade do projeto arquitetônico, que, na maioria das vezes, não é resguardado em contrato e, sendo assim, não respeitado pelos contratantes após a construção da edificação.
No período da tarde, no Workshop "Passo a passo da exportação de serviços para Escritórios de Arquitetura", conduzido pela consultora Andreia Milan, da empresa de consultoria Milan Expert o workshop foram trabalhadas questões ligadas às competências que as empresas de arquitetura precisam desenvolver ou aprimorar para estarem aptas a iniciar o processo de internacionalização; os cuidados que os empreendedores devem ter nas relações comerciais em outros países; entre outras situações enfrentadas no processo de internacionalização de serviços.
Segundo Milan, "exportar é diversificar o mercado e diminuir riscos; além de reduzir a dependência do mercado interno, a experiência no exterior ajuda na assimilação de melhores práticas gerenciais". Conforme a consultora o processo de exportação melhora a profissionalização dos serviços trazendo maior assertividade para os profissionais e para as empresas de serviços.
Nesse quesito, Francine Harumi Kaga, gerente do Projeto Built by Brazil, complementou a fala da palestrante dizendo que o processo de internacionalização fortalece os escritórios brasileiros também para concorrência internacional no mercado interno. "Escritórios internacionais também almejam o mercado brasileiro e o preparo é importante nesse momento". Para Milan, a exportação de serviços estimula a inovação, a qualidade do serviço, o acesso à tendências e a inclusão das empresas em cadeias produtivas globais.
Milan elencou as formas mais praticadas hoje pelos escritórios de inserção no mercado exterior e explicou o processo de exportação em um esquema que segue a lógica que vai do Brifing (requesitos do cliente); passando pelas exigências de regulamentação do país; conceito de projeto; projeto detalhado; até a supervisão da execução. Segundo a consultora, um dos aspectos mais importantes na exportação é o entendimento dos aspectos culturais e das diferenças das formas organizacionais de atuação. E deu um recado aos participantes, "não espere agilidade dos clientes ou se prepare para os clientes que resolvem tudo com muita objetividade. E adapte os cronogramas".