28 de agosto, 2015

"Não se pode executar obra com anteprojeto", diz Miriam Addor

Por IAB

Eleita presidente da Associação Brasileira de Escritórios de Arquitetura (AsBEA) para a gestão 2015-2017, Miriam Addor tem como desafios aumentar a base de escritórios filiados à entidade de arquitetura, melhorar o sistema de comunicação com os associados, oferecer material de conteúdo técnico de qualidade e incrementar o programa de relacionamento entre os escritórios e as empresas que fazem parte da AsBEA. O IAB entrevistou a arquiteta sobre os planos para a associação de escritórios e a proposta do Projeto de Lei do Senado nº 559, de 2013, que prevê a inclusão da contratação integrada na revisão da Lei de Licitações (Lei nº 8.666/93). Confira abaixo.



Instituto de Arquitetos do Brasil: Quais são os desafios e planos para os próximos dois anos da AsBEA?

Miriam Addor: O principal desafio é aumentar a base de escritórios associados. Pretendemos ainda melhorar os nossos canais de comunicação e oferecer material de conteúdo técnico de alto nível para nossos associados, além de implantar um programa de relacionamento entre os escritórios e as empresas associadas. Os nossos planos visam a superar esses desafios, sempre mantendo e respeitando o plano que foi implementado na gestão anterior (2012-2015).


IAB: Qual é a sua avaliação sobre a contratação integrada, que está na pauta dos arquitetos e do Congresso Nacional?

MA: Consideramos a contratação integrada precária no que diz respeito à especificação e definição do objeto da construção. Não se pode executar uma obra com informações de um anteprojeto, pois o resultado poderá ficar comprometido, tanto no prazo, quanto no custo e na qualidade final do produto. Além do que esse tipo de contratação pode gerar aditivos contratuais. O posicionamento das entidades de projeto, como Sinaenco e AsBEA, é pela exclusão da contratação integrada do PLS 559/2013, objetivando a revisão da Lei de Licitações.


IAB: Qual é a importância do projeto completo nas licitações de obras públicas?

MA: O projeto executivo completo nas licitações públicas é a garantia de se ter um documento, um plano de execução de obra com preço preciso e diminuição do risco de aditivos posteriores. É ainda um documento que reúne todas as especificações necessárias à boa execução de uma obra. Não se deve iniciar uma obra sem ter o projeto executivo completo.


IAB: Qual deve ser o papel das entidades nacionais de arquitetura no debate da revisão da Lei de Licitações?

MA: O papel das entidades deve ser o de proteger e valorizar a execução dos projetos de arquitetura e complementares a serem executados por completo, sempre por profissional regulamentado. Esse profissional deve responder também pela aplicação de normas técnicas vigentes no Brasil e o respeito às questões legais.


IAB: O BIM passou a ganhar destaque no Brasil. Os escritórios estão preparados para atuar usando essa metodologia de trabalho?

MA: De acordo com os padrões mundiais e com a própria literatura sobre o assunto, o Brasil se encontra em estágio inicial de implementação de tecnologias digitais voltadas para o serviço de arquitetura. Algumas iniciativas um tanto isoladas, por parte de algumas associações que reúnem representantes de projeto, estão sendo feitas. Há parcerias com fornecedores de hardwares e softwares, solicitação de redução de impostos sobre os softwares importados aos órgãos governamentais, além da promoção de grupos de discussão e de trabalho focados em BIM e em arquitetura digital. No entanto, muita coisa ainda deve ser feita para elevar a colocação do Brasil junto ao patamar dos líderes de mercado.


O papel da AsBEA, enquanto maior associação que reúne empresas de projeto, deve ser o de acompanhar todas as questões relativas ao suporte da tecnologia e sistema de contratação junto aos organismos governamentais; dar suporte aos associados, através de parcerias com empresas especializadas em cursos de BIM e outras necessidades; impulsionar o grupo de trabalho de BIM da AsBEA para que o mesmo possa contribuir com a experiência dos profissionais que estão à frente da implantação do BIM no Brasil; e acompanhar os comitês técnicos de normas que dizem respeito ao BIM e ao projeto no país.

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